O cacau é um dos destaques do pavilhão Juntos pelo Agro na Expoferr 2025, com agricultores da região sul exibindo chocolates, amêndoas e derivados produzidos em Roraima. A vitrine reforça o trabalho do Sebrae para fortalecer a cadeia do cacau no estado e incentivar novos produtores a entrarem na atividade com foco em geração de renda, sustentabilidade e valor agregado.
O espaço reúne agricultores atendidos pelo projeto Cacau Amazônia, desenvolvido em parceria com instituições estaduais e federais para capacitação, assistência técnica e apoio ao beneficiamento do fruto, desde o plantio até a fabricação de chocolate.
Produção e renda no campo
Responsável pelo segmento no Sebrae, Rodrigo Rosa explicou que o cacau tem ganhado força no estado e se apresenta como alternativa estratégica para pequenos produtores.
“O cacau é uma grande oportunidade de renda para a agricultura familiar. O clima e o solo do sul de Roraima favorecem o cultivo, e temos investimentos públicos e privados impulsionando essa cadeia. O Sebrae atua com 25 produtores oferecendo capacitação, consultoria e cursos de beneficiamento”, disse.
Segundo ele, o foco é fortalecer toda a cadeia produtiva.
Estamos trabalhando desde o manejo até a produção de chocolate, com apoio de diversas instituições parceiras. A ideia é gerar renda, qualidade e valor agregado.Explicou.
Rodrigo Rosa, analista técnico e gestor do Projeto de Cacau do Sebrae RoraimaO que o público encontra
Quem visita o estande conhece diferentes etapas da produção e encontra uma variedade de produtos feitos pelos agricultores. Entre eles, chocolates 50%, 70% e 100%, nibs, brigadeiros, licor, geleias, cocadas e o próprio fruto do cacau para quem nunca viu de perto.
“Temos produtores aqui que já estão fabricando chocolate artesanal e vendendo seus produtos. Também mostramos o fruto e as amêndoas para quem ainda não conhece e trazemos agricultores para conversar com o público”, contou Rodrigo.
Produtores ganham novas perspectivas
A produtora Maria Divina, do município de Caroebe, afirmou que o apoio técnico foi decisivo para o avanço da atividade no estado.
“O Sebrae animou os produtores. No começo plantávamos sem referência. Agora temos acompanhamento, aprendemos a podar, a fermentar e fizemos curso de chocolataria. Estamos vendo resultado. Comecei a plantar em 2021 e minha maior produção foi agora em 2025”, disse.
Maria Divina, produtora do município de CaroebeO produtor Josair Araújo também destacou o impacto do programa.
“No início a dificuldade era não ter conhecimento técnico. Hoje, com o projeto, aprendemos manejo e já trouxemos produtos. Cada dia a produção melhora e já estamos vendendo nossos itens”, contou.
Josair Araújo, produtorEntre os produtos que ele apresentou estão nibs caramelizados, cocadas, geleias e licor de cacau.
Assistência e certificação
A Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) atua como parceira do projeto com assistência técnica e orientação para certificação artesanal.
“A Aderr oferece orientação, treinamentos e o selo artesanal, que agrega valor ao produto e permite que o produtor chegue a mercados mais exigentes com preço justo e qualidade garantida”, explicou Keully Freitas.
Keully Freitas, da AderrBioeconomia em destaque: Amazônia 4.0 no pavilhão
Além do estande do Cacau da Amazônia, o pavilhão também apresenta iniciativas voltadas para a cadeia do cacau dentro da bioeconomia, como o modelo desenvolvido pela Amazônia 4.0, que mostra como o fruto pode gerar renda, tecnologia e valor agregado em comunidades amazônicas.
A iniciativa reforça o potencial do cacau como produto capaz de unir produção sustentável, tecnologia e mercado em toda a região amazônica.
Roraima no mapa do cacau
Para Rodrigo, o próximo passo é consolidar o estado no cenário nacional da cultura.
“Queremos inserir Roraima no mapa do cacau brasileiro, aumentar a produtividade e fortalecer cooperativas para que os produtores vendam amêndoas e fabriquem seus próprios chocolates”, afirmou.
Ele destaca que o momento é promissor.
“É um desafio, mas com perspectiva muito positiva de resultado a curto prazo”, concluiu.
Fonte: SEBRAE