As 28 reeducandas da Cadeia Pública Feminina de Boa Vista que participaram do curso de Corte e Costura receberam, nesta sexta-feira, 15, seus certificados de conclusão da capacitação. A iniciativa faz parte do programa Emprega Jovem, promovido pela Sejuc (Secretaria da Justiça e da Cidadania) e Setrabes (Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social).
O curso teve o objetivo de oferecer capacitação profissional para desenvolver habilidades técnicas, estimulando a criatividade, a disciplina e a responsabilidade, além de contribuir para a redução da pena. O treinamento, ministrado pela professora Veronica Rodriguez, teve carga horária de 40 horas, e nesse período as reeducandas confeccionaram ecobags e nécessaires.
A secretária do Trabalho e Bem-Estar Social, Tânia Soares, destacou que o curso foi um divisor de águas na vida das reeducandas.
“Estamos felizes porque sabemos que essas mulheres também estão felizes. Vamos ofertar mais qualificação profissional para elas que, participando dessas capacitações, terão remição da pena e, ao deixar esse local, estão aptas para o mercado de trabalho, seja trabalhando em um ateliê ou abrindo o próprio negócio. Será um novo recomeço na vida delas e de seus familiares”, disse.
Tânia destacou ainda a importância da parceria com a Sejuc, que é realizada com objetivo de inclusão.
“Quando os parceiros se juntam em prol de uma causa nobre como essa, fortalecemos ainda mais essa união para promover cursos e garantir o bem-estar dessas reeducandas. Temos vários projetos, em diferentes áreas, para essas mulheres. Unir forças e propósitos para cuidar das pessoas é a maneira que o Governo do Estado trabalha, dando autonomia e ajudando as pessoas a construírem o seu projeto de vida”, ressaltou a secretária.
O secretário da Justiça e da Cidadania, Hércules Pereira, avaliou o curso de corte e costura como uma oportunidade de geração de renda.
“Uma capacitação válida e produtiva para as reeducandas, porque ao mesmo tempo que aprendem, é feito um trabalho de ressocialização e reinserção social. Em breve, algumas delas não estarão mais aqui na cadeia pública feminina, e terão uma nova chance de melhorar de vida”, destacou.
O secretário acrescenta que foi firmado um Termo de Cooperação Técnica entre a Sejuc e Setrabes, para promover cursos profissionalizantes para as pessoas privadas de liberdade nas unidades prisionais.
“São cerca de 500 cursos a serem ministrados ao longo deste ano. Então, concluímos esse curso voltado para as reeducandas da cadeia pública feminina. Mais na frente, o nosso objetivo é chegar com elas até o Sine [Sistema Nacional de Emprego] para encontrarmos uma vaga no mercado de trabalho”, comentou Pereira.
Parceria entre secretarias permite qualificação de reeducandas
O diretor do Departamento de Emprego, Trabalho e Renda da Setrabes, Charles Bruno da Silva, disse que a iniciativa integra esforços e une recursos e competências para levar capacitação técnica ao ambiente prisional, para mais de 600 reeducandos.
“Além de promover o aprendizado de novas habilidades, a ação estimula a autoestima e a autonomia das participantes, contribuindo para reduzir a reincidência e fortalecer os vínculos com a comunidade após o cumprimento da pena”, frisou.
Experiência única trabalhar com as reeducandas
A professora Verônica Rodriguez destacou a satisfação em ministrar o curso de Corte e Costura para as reeducandas.
“A experiência foi enriquecedora tanto profissional quanto pessoalmente, porque essa é minha primeira experiência trabalhando dentro de uma cadeia. Compartilhar conhecimento e ver o progresso das alunas, desde os primeiros pontos até a confecção das peças, foi motivo de orgulho e inspiração. Cada aula foi uma oportunidade de contribuir para a transformação de vidas, mostrando que a capacitação é uma ferramenta poderosa para a reintegração social”, ressaltou Veronica.
Ela acrescentou ainda que a realização dos cursos é uma forma de mostrar para as reeducandas que há sempre uma nova forma de recomeçar a vida.
“Experimentamos dentro desse ateliê um espaço de liberdade, de cooperação, de desenvolvimento pessoal. Elas enriqueceram suas mentes, seus pensamentos e foi aberto uma janela para elas nesse processo. Foram duas semanas com duas turmas, uma de manhã e uma de tarde. Minhas expectativas foram superadas nessa experiência”, concluiu a professora do curso.
Um misto de alegria e emoção. Assim estava a reeducanda Adriana Costa (nome fictício), que expressou a felicidade de ter participado do curso de corte e costura, destacando que a experiência lhe trouxe não apenas novas habilidades profissionais, mas também esperança para recomeçar.
A jovem disse que, durante o curso aprendeu a costurar, a confeccionar peças, e descobriu um talento que pretende transformar em fonte de renda quando estiver em liberdade.
“Esse curso foi muito produtivo não só para mim, mas para cada uma de nós. Lá fora, a gente sabe como será difícil a ressocialização e conseguir um emprego. Tivemos aqui e ainda teremos uma oportunidade de mudança e de acreditar novamente em nós, no nosso potencial. Queremos retornar de maneira diferente, melhor e com uma visão de futuro”, pontuou.
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Fonte e imagens: GOVERNO DE RORAIMA POR SECOM-RR
