Foram cumpridos quinze mandados de busca e apreensão em Boa Vista, Bonfim e Cantá, atingindo quatorze investigados, incluindo servidores públicos municipais atuantes em Centros de Referência de Assistência Social, servidores do INSS e um médico. As investigações, apontam para a existência de um grupo criminoso organizado, que atuava na obtenção fraudulenta do benefício.
De acordo com as apurações, agenciadores, apoiados por uma rede de pessoas, com as mais diversas funções, cooptavam idosos venezuelanos no país de origem, falsificando documentos e cadastros governamentais para garantir o acesso ao BPC-Loas. Em seguida, muitos dos beneficiários retornavam à Venezuela, continuando a receber o benefício indevidamente.
Servidores públicos dos CRAS e do INSS eram corrompidos para facilitar a inclusão dos beneficiários fraudulentos nos sistemas governamentais e fornecer informações privilegiadas ao grupo. Um Policial Civil também foi alvo da operação, suspeito de integrar a organização criminosa.
A Justiça Federal autorizou o bloqueio de bens e valores dos investigados no valor de mais R$ 09 milhões de reais. Na primeira fase da operação, a Justiça Federal já havia autorizado o bloqueio R$ 33 milhões de reais.
Também foram deferidas, pelo poder judiciário, medidas cautelares diversas da prisão, como a suspensão do exercício de função pública, suspensão de atividade de natureza econômica e a proibição, direcionada a alguns investigados, de manter contato com pessoas determinadas.
Os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato majorado, corrupção ativa e passiva, inserção de dados falsos em sistema de informações, falsidade de atestado médico, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Fonte: PF
