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Boa Vista - RR, 7 de agosto de 2025 as 13:40

Estudos indicam que o Ozempic pode duplicar o risco de uma doença ocular rara

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Dois estudos na Dinamarca, conduzidos por cientistas da University of Southern Denmark (SDU), indicaram que indivíduos em tratamento para diabetes tipo 2 com Ozempic apresentam um risco elevado de sofrer danos ao nervo óptico do olho, o que pode resultar em uma perda severa e irreversível da visão. Um dos estudos foi divulgado em dezembro no Journal International of Retina and Vitreous, enquanto o outro está em revisão por especialistas.

Os novos estudos intensificam uma preocupação já mencionada em um estudo anterior, divulgado em julho de 2024. No estudo realizado nos Estados Unidos, constatou-se que o Ozempic, um medicamento para diabetes tipo 2 criado pela Novo Nordisk, pode mais do que duplicar o risco de uma enfermidade rara conhecida como NAOIN (Neuropatia Óptica Isquêmica Anterior Não Arterítica, em inglês), que provoca lesões no nervo óptico.4

Cientistas dinamarqueses validaram a hipótese do estudo americano na Dinamarca, onde o medicamento é usado por 106.454 pacientes no tratamento de diabetes tipo 2. Eles examinaram os dados desses usuários e descobriram que o número de casos de NAION aumentou desde que o Ozempic chegou ao mercado, em 2018.

“Enquanto costumávamos ver entre 60 e 70 casos de NAION por ano, agora estamos vendo até 150. Além disso, notamos que os pacientes que chegam ao hospital devido à NAION são mais frequentemente pacientes com diabetes tipo 2”, afirma Jakob Grauslund, líder do estudo, em comunicado à imprensa.

NAION

NAION é uma condição incurável marcada por lesões no nervo óptico ocular, podendo resultar em perda de visão severa e permanente. Ela ocorre quando o fornecimento de sangue para o nervo óptico é interrompido abruptamente, levando à perda da acuidade visual (visão clara) ou à diminuição considerável do campo visual.

Os fatores de risco para o surgimento da doença incluem diabetes, hipertensão e níveis elevados de colesterol. Segundo o Brigham and Women’s Hospital, o hábito de fumar pode ampliar as possibilidades de desenvolver a doença.

Fonte: CNN