Plantando informação de qualidade.

Boa Vista - RR, 15 de junho de 2025 as 20:57

EUA taxam navios e ampliam guerra comercial com China

Compartilhe:

EUA impõem novas tarifas sobre navios chineses e intensificam guerra comercial com Pequim

Washington, 18 de abril – O Escritório de Representação Comercial dos Estados Unidos (USTR) anunciou nesta sexta-feira (18) uma nova rodada de barreiras comerciais direcionadas à China. O alvo agora são navios comerciais construídos ou operados por empresas chinesas, em mais um movimento da administração Trump para impulsionar a indústria naval americana.

De acordo com o USTR, a medida prevê a implementação escalonada de tarifas, que começarão em US$ 50 por tonelada líquida de carga e poderão atingir até US$ 140 por tonelada até 2028. A justificativa oficial é a necessidade de restaurar a competitividade do setor naval norte-americano.

A China, que atualmente responde por mais de 50% da produção global de embarcações, é diretamente afetada pelas novas medidas. Analistas apontam que o anúncio representa mais um passo na escalada de tensões comerciais entre as duas maiores economias do planeta. Ainda assim, o mercado interpretou a decisão como um recuo, considerando as ameaças mais agressivas feitas anteriormente pelo presidente Donald Trump.

No início de seu segundo mandato, iniciado em fevereiro deste ano, Trump chegou a declarar que cada navio chinês atracando em portos americanos pagaria mais de US$ 1,5 milhão em tarifas. O republicano também já havia instituído um imposto universal de 10% sobre todas as importações e taxas superiores a 100% sobre produtos chineses.

A resposta de Pequim veio poucas horas após o anúncio. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, criticou a decisão e afirmou que os Estados Unidos precisam “parar de culpar a China por suas próprias deficiências industriais”.

— Pedimos que os Estados Unidos respeitem os fatos e as regras multilaterais e parem imediatamente com suas práticas errôneas. A China tomará as medidas necessárias para defender seus direitos e interesses legítimos — declarou Lin em coletiva de imprensa.

Apesar do tom beligerante adotado nas últimas semanas, o presidente Trump sinalizou, em declaração feita ao lado da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que negociações estão em curso para uma possível saída diplomática para a disputa comercial.

— Acredito que faremos um acordo. Teremos um ótimo acordo com a China. E vocês verão que isso vai acontecer — afirmou o presidente americano.

A nova investida dos Estados Unidos amplia o isolamento comercial do país e gera incertezas quanto ao futuro das relações econômicas globais, especialmente diante da fragilidade das cadeias de suprimento e da instabilidade nos mercados internacionais.